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Foto do escritorMarcel Oliveira

Eu Vejo Gente Morta

Atualizado: 30 de mai. de 2020














Sim, eu vejo gente morta!


Todos os dias quando saio pela rua caminhando vejo gente morta.


Nos metrôs, nos Shoppings, nos bares, nos centros das cidades grandes.

Vejo gente morta em todos os lugares que eu passo.


Cheguei achar que eu estava enlouquecendo tamanho número de gente morta que vejo diariamente.





Abatidos, não conseguem se expressar, e muito menos sentem algo de positivo.

Olhares frios, postura curvada sempre olhando para o chão.


Eles realmente estão perdidos em meio à multidão, sem saber o que lhes ocorreu e sem se reconhecerem, andam por ai, vagando, perdidos em meio as suas confusões mentais, suas máscaras existenciais, seus orgulhos e suas mentes insanamente programadas para odiar, reclamar, invejar e desistir de seus afazeres no meio do caminho.


Eu vejo gente morta aos milhares, aos milhões e muitas vezes acredito que neste mundo moderno, os vivos são a minoria.


Por isso sigo em frente tentando viver em meio aos mortos, não sei se morri também, mas ao menos tento viver diante dos que morreram e simplesmente esqueceram de deitar.


Acordo e procuro cantar, brincar, sorrir, e seguir em frente de maneira diferente da dos mortos.


Minha rotina não me torna escravo de nada, pois, uso ela para ter a minha liberdade de ser o que sou independente do meio onde vivo.


Eu estou sobrevivendo em meio a este desafio moderno.


O Jogo da vida é este hoje em dia:

O jogo do vivo ou morto sem caixão, quem morre vagando por aí e quem vive em meio à multidão mesmo com as dificuldades e não desiste nunca de seguir...

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