É incrível como essa questão permeia os bate papo de Umbanda desde sempre, em todos os lugares. E é incrivelmente curioso como essa questão se torna irrelevante quando você entende a relação com os orixás e o que é realmente ter este ou aquele orixá como pai ou mãe de cabeça.
O que eu vejo bastante acontecer é pessoas que acabaram de entrar na religião e assim como acham interessantíssimo saber o signo para definir a pessoa, querem saber o pai ou mãe de cabeça para entenderem um pouco mais a respeito de si e também para terem alguém para reverenciar. O primeiro objetivo, saber mais sobre si através do pai ou mãe de cabeça, é mais nobre na minha opinião, mas muito ineficaz. Porque não é necessariamente sabendo quem é o orixá de cabeça que você tem um entendimento a respeito de quem você é, assim como não é através do signo que você descobre características das pessoas. Isso é um jeito profano de encarar a astrologia e a Umbanda. Isso significa que este tipo de entendimento é tido por quem só flerta com essas vertentes de conhecimento, porque pra quem realmente está inserido no contexto, a interpretação é bem diferente.
E até aí tudo bem, porque antes de entender algo mais profundamente é normal a gente se prender nas superficialidades. O problema real pra mim é quando alguém que é de dentro da religião foca demais nestas questões. E o problema central disso, fora não ter entendido o significado de orixá pai ou mãe de cabeça, é que focar nisso tira o foco de questões principais como a auto-melhoria e solidariedade, reforçando ainda mais pensamentos do tipo "fulana é filha de iansã, por isso é esquentadinha", e semelhantes.
Esse tipo de pensamento só faz com que todo mundo fique na sua zona de conforto, justificando as próprias características negativas como tendo respaldo de uma energia tão maravilhosa, que é o orixá.
Por hoje esta é a mensagem que eu queria passar
Um beijo, e até a próxima!
Stephani Scatolini
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